Demissões em Massa no Itaú: Vigilância, Crueldade e a Resistência dos Trabalhadores
- Redação

- 17 de set.
- 4 min de leitura
Atualizado: 18 de set.
O ataque covarde do Itaú
O dia 8 de setembro de 2023 entrou para a história como um marco de crueldade contra os trabalhadores do setor financeiro. Sem aviso prévio, mais de 1.100 funcionários do Itaú foram demitidos em um dos maiores ataques à dignidade dos bancários já registrados no país. O banco, que ostenta lucros bilionários, justificou as demissões com a acusação de "quebra de confiança" e "problemas éticos". Mas a verdade logo veio à tona: o que houve foi uma verdadeira caça às bruxas baseada em vigilância digital secreta.
Mais de mil demissões sem transparência, isso é ser o banco do futuro, Itaú?

Um sistema invisível de controle e punição
O banco usou um sistema de monitoramento que espionava a atividade digital dos trabalhadores em home office. Monitorava cliques, teclas e movimentos de mouse, sem que os funcionários sequer soubessem da existência desse controle. 93% dos demitidos afirmaram não ter sido informados sobre a vigilância.
No Itaú, a produtividade se mede pelo clique do mouse!Segundo o Itaú, sem clicar no mouse você não produz nada!Produtivo? Só se estiver clicando no mouse, não é mesmo, Itaú?
Esse sistema desconsiderava completamente a realidade do trabalho: reuniões, uso de outros equipamentos, tarefas automatizadas. Tudo isso era registrado como "inatividade". E, com base nesses dados distorcidos, o banco decidiu acabar com a vida profissional de centenas de pessoas.
Alvo: os melhores e os mais vulneráveis
As demissões não atingiram os "piores" funcionários, como alega a direção do banco. Pelo contrário: 30% dos demitidos haviam recebido recentemente o Prad, prêmio interno por alta performance. Vários tinham sido promovidos pouco antes. Outros estavam em tratamento contra o câncer, tinham deficiência ou eram autistas.
Explica pra gente, Itaú.... Como demitir áreas diferentes pela mesma desculpa de “produtividade”?Falta de produtividade? Ou falta de respeito com a categoria? Diz aí, Itaú!
Isso revela um modelo de "gestão" que é, na verdade, gestão por algoritmo, sem humanidade nem diálogo.
A resposta imediata da categoria
A reação veio rápida. Quase 400 demitidos participaram de uma plenária de emergência convocada pelo sindicato. Ali, compartilharam seus relatos e organizaram uma frente unificada de resistência. A categoria não se calou.
Dirigentes sindicais estiveram nos principais centros administrativos do banco, dialogando com os colegas que permaneceram nos cargos e denunciando a ilegalidade e a imoralidade das demissões.
Demitir sem diálogo e ainda expor a imagem dos funcionários é inaceitável!
Mobilização nacional: paralisação contra as demissões
Hoje, 17 de setembro de 2025, nós, dos sindicatos bancários de São Paulo e Bancários na Luta, realizamos duas atividades fundamentais. A primeira delas foi o Dia Nacional de Luta contra as 1.121 demissões no Itaú. Em frente ao banco, exibimos cartazes com as diversas justificativas usadas nas demissões, denunciando a falta de transparência.
O Comando Nacional dos Bancários deliberou essa paralisação como forma de repudiar a conduta do banco e pressionar por negociação. Em São Paulo, paralisamos o CEIC (Centro Empresarial Itaú Conceição). No restante do país, agências e concentrações do Itaú também foram paralisadas.
Essa é mais uma demonstração de que a categoria segue mobilizada e disposta a lutar por respeito e justiça!
Judicialização e pressão política
A luta também chegou à Justiça e ao Congresso Nacional. O sindicato anunciou a entrada com uma ação coletiva pedindo a reintegração dos 1.121 demitidos, com base em decisão do STF que exige negociação prévia em casos de demissão em massa.
Na esfera política, o deputado federal Vicentinho (PT-SP) convocou uma audiência pública para discutir o caso na Câmara dos Deputados. Já a deputada Érica Hilton (PSOL-SP) protocolou uma representação no Ministério Público do Trabalho cobrando investigação.
Lucro recorde e demissão coletiva? Inaceitável, banco Itaú!
Não é só sobre o Itaú: é sobre o futuro do trabalho
Essa batalha é maior do que um banco. É um alerta para toda a classe trabalhadora. Estamos diante de um modelo onde algoritmos decidem quem fica e quem sai, sem transparência, sem empatia, sem defesa.
O futuro que o Itaú vende: sem feedback, sem diálogo, sem respeito.
É também um ataque à ideia de trabalho remoto, ameaçando conquistas que ampliaram a qualidade de vida dos trabalhadores. E é, acima de tudo, um teste: vamos aceitar calados ou vamos responder com organização e luta?
Nossa dignidade não é negociável
O recado está dado. Os bancários e bancárias do Itaú estão de pé, junto com seu sindicato, enfrentando essa barbárie corporativa. E não estão sós: têm o apoio da sociedade, de parlamentares comprometidos com a classe trabalhadora e de todas as categorias que sabem que o que está em jogo é o futuro de todos nós.
Porque um trabalhador não se mede por cliques. Mede-se por sua dignidade, por sua entrega e pela sua capacidade de resistir.
E isso, o Itaú jamais vai apagar.

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Lamentável ação do Itaú, demitindo colaboradores de destaque na Instituição, muitos pais e mães de família, pessoas em tratamento de câncer.