Mais de mil demissões no Itaú expõem a face cruel do lucro acima da vida
- Redação

- 9 de set.
- 3 min de leitura
Nessa segunda-feira, 8 de setembro de 2025, o Banco Itaú promoveu uma onda brutal de demissões em todo o país, atingindo mais de mil trabalhadores e trabalhadoras. O motivo? Alegado "baixo desempenho" — avaliado, em muitos casos, por critérios automatizados, frios e desumanos. Essa medida, tomada de forma unilateral e sem qualquer diálogo com os afetados, é mais uma expressão da lógica perversa que rege o sistema financeiro: a do lucro acima da vida.

Demissão em massa é ataque direto aos direitos
Sob o pretexto de "performance insatisfatória", o Itaú dispensou centenas de funcionários e funcionárias que atuavam em regime de teletrabalho (home office), ignorando o contexto de desafios impostos por esse modelo — como condições inadequadas de infraestrutura, acúmulo de tarefas domésticas, cuidado com filhos e problemas de saúde mental. Não houve aviso prévio de negociação, nem tentativa de realocação ou capacitação. Apenas o bilhete azul, seco e impessoal, cortando o sustento de milhares de famílias.
Aspecto jurídico: ilegalidade e desrespeito à dignidade
A Constituição Federal de 1988 é clara: o artigo 7º garante proteção contra demissões arbitrárias, e o artigo 1º, inciso III, consagra a dignidade da pessoa humana como fundamento da República. Ao adotar critérios opacos e automatizados para justificar as dispensas, o banco atropela o direito de defesa, o contraditório e a ampla defesa. Mais do que um ato de gestão, trata-se de uma ofensa à função social da empresa, prevista no artigo 170 da mesma Constituição.

Trabalhadores não são números!
O que está por trás dessas demissões é uma tentativa de impor medo e submissão. O Itaú quer transformar seus empregados em peças substituíveis, avaliadas por algoritmos que ignoram a realidade do dia a dia. É uma gestão baseada na pressão e no controle, não no cuidado e na valorização de quem sustenta o lucro recorde da instituição.
Em ato realizado no dia 9 de setembro, no Centro Tecnológico do Itaú Unibanco, em São Paulo, Manoel Elidio Rosa, da Contraf, denunciou a estratégia do banco de usar o medo como ferramenta de controle. Segundo ele, “o banco está fazendo isso para introduzir pânico, medo, e eles querem retirar mais direitos, inclusive de quem está em home office e quem está hoje na área de TI”. Manoel reforçou ainda a importância da organização coletiva: “Quando você está sozinho, você está fragilizado, porque só tem o algoritmo, o sistema e o patrão”.
Lucro recorde às custas do sofrimento
Vale lembrar que o Itaú é um dos bancos mais lucrativos do planeta. Mesmo assim, escolhe cortar postos de trabalho ao invés de investir em formação, adaptação e bem-estar dos trabalhadores. A mensagem é clara: se você não render o que o algoritmo manda, está fora. A humanização do trabalho, para o banco, é mero discurso de marketing.
“Somos nós, trabalhadores, os responsáveis por essa lucratividade de 22 bilhões no primeiro semestre. Por isso, o banco não pode fazer isso com seus funcionários”, destacou Manoel Elidio. O dirigente sindical também lembrou que os direitos mais importantes da categoria foram conquistados com organização e luta: “A maioria dos nossos direitos foi conquistada quando a gente estava junto, quando a gente reivindicou ticket refeição, ticket alimentação, PLR...”
É hora de reagir!
Essas demissões não podem passar em branco. É fundamental que os sindicatos, as entidades de classe e a sociedade civil se mobilizem para denunciar essa prática perversa. Os trabalhadores não estão sozinhos: a luta coletiva é o caminho para barrar os abusos e reconquistar o respeito no ambiente de trabalho.
Exigimos a imediata suspensão das demissões, abertura de negociação e reintegração dos trabalhadores dispensados injustamente.

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Itaú lamentável, sonhos destruídos.
Lamentável Itaú 😢
Lamentável Itaú 😢