Estatizar os bancos é defender o Brasil e o povo
- Redação

- 24 de ago.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de ago.
Exposição fala de Manoel Elidio na 27ª Conferência Nacional dos Bancários.
“Você ainda defende a estatização dos bancos?”, perguntou-lhe um colega bancário a Manoel Elídio Rosa, de maneira provocadora. E então ele respondeu de maneira firme: “Os banqueiros continuam defendendo a privatização”.
Assim iniciou-se a fala de Mané Gabeira, como é conhecido, durante a abertura da 27ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em São Paulo no dia 24 de agosto de 2025. Manoel Elidio Rosa e dirigente da Contraf-CUT, do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Intersindical e histórica liderança da categoria bancária. Em sua exposição fez uma intervenção firme sobre um tema essencial para o futuro da categoria e do país: a estatização do sistema financeiro.

Segundo ele, a luta pela estatização do sistema financeiro é estratégica não apenas para os bancários, mas para o Brasil. E a razão é simples: o sistema financeiro privado, no Brasil, não é um mercado competitivo – é um oligopólio nas mãos de cinco grandes famílias que controlam quase todo o dinheiro do país.
Oligopólio financeiro e desigualdade
Segundo Mané Gabeira, esse pequeno grupo é responsável por disseminar miséria, desigualdade e dependência. Os bancos privados não estão comprometidos com o desenvolvimento do Brasil, mas com a especulação financeira e o lucro a qualquer custo. Essas instituições concentram riquezas, decidem quem tem acesso ao crédito e sufocam a economia real, negando apoio aos pequenos comércios, à agricultura familiar e às famílias trabalhadoras.
O exemplo da China: planejamento e soberania
Para ilustrar que outro caminho é possível, Mané trouxe o exemplo da China, que, a partir de 1978, reestruturou seu sistema bancário público em seis grandes bancos voltados para áreas estratégicas como infraestrutura, agricultura e meio ambiente. Resultado: hoje é a maior economia do mundo e tirou centenas de milhões da pobreza. O contraste com o Brasil, que desmontou seu sistema de desenvolvimento a partir dos anos 1990, é gritante.
Bancos públicos a serviço do povo
Manoel Elidio defendeu o fortalecimento dos bancos públicos, como a Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES. São instituições que, mesmo com diversas limitações impostas pela lógica de mercado, têm um papel decisivo em garantir moradia, crédito para agricultura familiar e apoio a pequenas e médias empresas. Durante a pandemia, foram esses bancos que mantiveram o país de pé.
Estatizar é proteger os bancários
A fala de Elidio também reforçou a ligação direta entre a estatização e a sobrevivência da categoria bancária. O avanço dos bancos digitais e a busca incessante por lucros estão precarizando o trabalho, fechando agências e eliminando postos de emprego. Mulheres, trabalhadores com mais de 40 anos e funcionários de longa data são os mais afetados. Sem um sistema público forte, a própria existência dos bancários está ameaçada.
Mané finalizou sua fala com um recado claro: é hora de reacender o debate com a sociedade sobre a necessidade de um sistema bancário estatal, regulado, transparente e comprometido com o povo brasileiro. Estatizar não é uma utopia, é uma estratégia concreta para reconstruir o Brasil, defender o emprego e colocar o dinheiro a serviço da vida.

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