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Bradesco lucra bilhões e segue com política de demissões e fechamento de agências: trabalhadores reagem no Dia Nacional de Luta

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 12 de ago.
  • 3 min de leitura

Mesmo registrando um lucro líquido recorrente de R$ 11,931 bilhões no primeiro semestre de 2025 — um crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período do ano passado — o Bradesco mantém uma política agressiva de corte de postos de trabalho e fechamento de unidades.



Fotos das mobilizações dos bancários em São Paulo.


Entre julho de 2024 e junho de 2025, o banco eliminou 2.564 empregos, sendo 1.218 apenas no último trimestre, e fechou 342 agências, 1.067 postos de atendimento e 127 unidades de negócios. No mesmo período, a instituição financeira ganhou 1,1 milhão de novos clientes, totalizando 74 milhões de correntistas.


Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a justificativa do banco — “otimização do custo de servir” — esconde o verdadeiro objetivo: maximizar lucros à custa de sobrecarga e adoecimento dos trabalhadores, além de precarizar o atendimento à população.


Demissões como estratégia


Na Baixada Santista, o Sindicato dos Bancários de Santos e Região denunciou que o Bradesco fechou 555 agências e unidades de negócios apenas entre abril e junho de 2025, demitindo 1.219 trabalhadoras e trabalhadores no período. A entidade classifica essa política como uso das demissões “como estratégia” para elevar os lucros, que no segundo trimestre deste ano chegaram a R$ 6,1 bilhões, 29% a mais que no mesmo período de 2024.



“Banco digital” e prejuízo para trabalhadores e clientes


Para Manoel Elídio Rosa, diretor da Contraf e dos Bancários na Luta- Intersindical, a digitalização sem diálogo e com cortes é um projeto que prejudica todos:

“Nós achamos que essa política de implantar um banco digital é ruim para nós trabalhadores, que vamos perdendo o emprego, mas ela é ruim também para o Bradesco. (...) Essa política de fechamento e demissão está errada e nós vamos mudar. Agora, para mudar, precisamos da força e da colaboração de vocês.”

Ele lembrou que, assim como conquistas históricas como o vale-refeição foram fruto de mobilização, a defesa do emprego também exige unidade:

“Muitas vezes as pessoas falam que não adianta, mas adianta sim. É uma manifestação que está sendo feita no país inteiro. Quando a gente reivindica junto, a gente se torna mais forte.”

Manoel também destacou que o movimento sindical defende não só os direitos trabalhistas, mas também a democracia e a soberania nacional:

“Ditadura não beneficia trabalhadores. Na democracia, defendemos nossas leis, nossa Constituição e nossos direitos.”

Fechamento de agências atinge principalmente a periferia


Valdecir Martins, diretor da Fetec-SP, destacou que o fechamento de agências afeta sobretudo a população mais pobre:

“As agências estão fechando, principalmente nos bairros mais pobres. Onde antes o cliente chegava em dez minutos, agora encontra um mercado ou uma padaria no lugar da agência. Isso dificulta muito a vida da população.”

Ele reforçou que o Bradesco e outros grandes bancos priorizam clientes de alta renda:

“Se você tem conta pequena, o banco está pedindo, disfarçadamente, para você se retirar e procurar outro banco. Ele está fechando nossas periferias.”

Valdecir lembrou ainda que o lucro do Bradesco permitiria investimentos sociais significativos:

“Imagina o que daria para fazer com 12 bilhões de reais em casas populares. Mas esse dinheiro vai para aumentar ainda mais o lucro de acionistas.”

Dia Nacional de Luta – 12 de agosto


Diante desse cenário, bancárias e bancários de todo o país estão nas ruas neste 12 de agosto, no Dia Nacional de Luta, para exigir:

  • Fim das demissões e do fechamento de unidades;

  • Garantia de emprego e melhores condições de trabalho;

  • Atendimento de qualidade e respeito à população.



Manoel Elídio Rosa e Valdecir Martins falam em ato nas agências do Bradesco durante o Dia Nacional de Luta.

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